
Existe algo peculiar com a Pop Art.Quando aprendemos algo sobre esta vertente artística, não nos focamos na intensidade da pinceladas, ou na mensagem a ser passada.Sua grande sacada está no fato desta fazer uso de objetos quotidianos para se expressar.Talvez, o adjectivo que melhor descreva o pop, é o seu "objetivismo",no sentido de transformar as imagens em objetos de consumo. E antes mesmo de você perceber, ou saber você está consumindo arte.
Meu primeiro contato com a Pop Art, como a grande maioria, foi com Andy Warhol, eu deveria ter uns treze anos ,mas suponho que o conheci pelas minhas longas pesquisas musicais e o vi presente dentro da história da lendária banda liderada por Lou Reed, Velvet Underground. Andy lançou a banda no mercado, era produtor deles.E junto com isto, veio a tona todo o lifestyle que o dândi Andy, levava, cercava as pessoas e retratava em sua obra.Quanto mais conhecia o que Andy tinha feito, fui criando uma grande admiração por seu trabalho, principalmente pelo seu impacto visual,e por sua simplicidade.
Tive pela primeira vez, no dia 4 de abril,a chance de ver uma exposição direcionada a sua antologia artística, na Estação Pinacoteca.A exposição acontece ate o dia 23 de maio, e foi intitulada Andy Warhol,Mr. America. São apresentados mais de 170 obras, entre elas 26 pinturas,58 gravuras, 39 trabalhos fotográficos, duas instalações e 44 filmes realizados entre os anos de de 1961 a 1967. Estão presentes na exposição as célebres séries de retrato de Marilyn Monroe(1967) , as Sopas Campbell ( 1968) e a série de pinturas Death and Disaster ( minha favorita.Foi produzida de 1964 a 1963 ).Entre os filmes exibidos estão presentes Blow Job (1963) e Empire (1964).Os temas que cercam seu trabalho são a ascensão da cultura popular, e a imagem como um espectáculo, se assumindo como imagem, como um produto.
Minhas expectativas eram altas em relação a exposição, que apesar de ter um nível alto, ao meu ver não nos envolvia.Sempre que via as obras de Andy em outros museus elas estavam avulsas, não acompanhadas de outros de seus trabalhos.E esperava que desta vez a disposição das obras nos guiasse de maneira mais lógica, não fossem somente obras sem propósitos de estarem uma ao lado da outra.E apesar de estarem presentes 170 obras, o que nos faz pensar que é uma grande exposição temos que considerar que grande maioria delas eram polaroids que sim, tem o seu valor e outra parte eram 44 filmes, que são longos.Portanto, senti que o espaço tanto da exposição quanto das obras de Andy não foram bem aproveitadas.De que adianta trazer tantas obras se elas soam pequenas pois não foram bem posicionadas?
De qualquer forma, ao entrar na exposição, estava muito ansiosa e não sabia por onde começar, tive uma sensação engraçada,parecia que uma parte de Andy estava ali.E realmente estava.Nas fotografias algo de sua luz havia sido registrado, e nas pinturas, suas telas carregavam a ironia que as envolviam, sem nem um tipo de acanhamento, estavam ali assumidas.E essa sensação para mim foi impagável.Claro, sou fã de seu trabalho e entrei na exposição da maneira mais forte que pude para senti-la.
Ao escrever está crítica, cheguei a uma conclusão: Conheço pessoas que sabem falar mal da obra de Andy Warhol dizendo que ela é vazia, menosprezando seu trabalho.Eu respeito a opinião destas pessoas, de fato elas devem ter seus motivos.Mas respeito mais os que percebem que o sentido da obra de arte vai até onde nós queremos enxergar, até onde podemos enxergar.E isto é particular,tão singular quanto interpretar e lembrar de Andy Warhol.
http://xroads.virginia.edu/~ug02/cullers/images/morbidity/sucide.gif
Suicide (1962)
http://menteflutuante.files.wordpress.com/2010/03/andy-warhol-marilyn1.jpg
Série de retratos Marilyn Monroe (1967)
http://cubo3.com.br/wp-content/gallery/andy-warhol-mr-america/004-uncle-sam-1981.jpg
Uncle Sam (1981)
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