Completamente não recomendada para epilépticos!
A exposição “Escape Para outra Estática” de Ricardo Carioba com curadoria de Marcelo Bressanin e Francesca Azzi que acontece no MIS de 23 de Abril a 20 de Junho conta, surpreendentemente, com apenas uma única obra. A obra foi desenvolvida no próprio LABMIS e feita especialmente para ser exposta na Sala Redonda do MIS, já que foi inteiramente projetada com base nas especificidades tanto arquitetônicas, quanto acústicas do local. A gigante instalação audiovisual trabalha de forma extremamente sinestésica as relações entre cores, luz e sons.
Arte por Ricardo Carioba, fotógrafo não informado
A instalação mistura o estilo minimalista do Museu com uma extrema poluição visual de através de projeções. Isso acompanhado por um extremo ruído sonoro. Minha sensação foi de que eu me encontrava dentro de uma televisão fora do ar. Toda aquela mistura de sons e cores que em completa diafonia criavam uma espécie de unidade indissociável e harmônica. A alternação da velocidade das imagens foi em grande parte responsável por isso.
A sensação, na minha opinião, reflete bem a sensação do homem pós-moderno: inicialmente causa uma espécie de choque para quem entra, depois um enorme fascínio estético por aquelas cores, luzes, sombras, entretanto, apos um certo tempo começa a causar uma espécie de náusea. O desejo se torne o de querer, de toda forma, fugir daquele local. Sair de lá e ver, talvez, uma exposição mais “pacífica”.
Por experiência própria sugiro que a exposição seja visitada em um momento de pouco movimento. Durante a minha visita um enorme grupo de estudantes entrou para vê-la e percebi que isso tirou de forma notável o impacto causado pelo contraste entre o formato circular da sala e os quadrados utilizados por Carioba. Ficou mais parecido com uma balada do que com qualquer outra coisa.
Recomendo a exposição mais para aqueles que gostam de trabalhos experimentais do que para quem prefere arte tradicional, porque, para estes, o trabalho pode parecer um tanto radical. De qualquer forma acho que vale a pena dar uma passada por lá, mesmo porque é uma exposição rápida de ser visitada na sala ao lado, no próprio MIS está acontecendo o Fluxus 2010,o Festival Internacional de Cinema na Internet que acontecerá no mesmo período e conta com curtas-metragem bastante interessantes que também podem ser assistidos virtualmente no site:http://www.fluxusonline.com
O MuBE (Museu Brasileiro de Escultura)também é conectado ao MIS através de um jardim e nele estão ocorrendo outras duas exposições: de 11 de Maio a 25 de Julho, "Brecheret - Mulheres de Corpo e Alma" e de 7 a 26 de Maio, “Improvisações Brasileiras” com obras de Helmut Schippers. Acho que vale a pena dar uma passada tanto no MIS, quanto no Mube nesses períodos. Ambos estão apresentando programas culturais de altissimo nível que podem ser combinadas. Os dois contam com café e livraria bastante simpáticos e o jardim que os conecta é um deleite arquitetônico. Vale a pena uma visita.
Retomando “Escape para outra Estática”, é permitido fotografar dentro do MIS preenchendo rapidamente uma ficha na Recepção. Levei apenas uma camera compacta e me arrependi disso. Acho que vou voltar só para fotografar. A exposição permite um trabalho experimental fotográfico imenso.
Serviço: MIS - Museu da Imagem e do Som
Onde: Av. Europa, 158 - Jd Europa
01449-000 São Paulo/SP.
Data: de 23 de Abril a 20 20 de Junho de 2010.
Horário: Terças a Sábados das 12h às 19 h
Domingos e feriados das 11h às 18h.
Ingresso: R$4 e R$2 (estudantes); gratuito para maiores de 65 anos e aos domingos.
Mais Informaçoes:
Tel: (11)21174777
http://http://www.mis-sp.org.br
Para agendamento de visitas orientadas para grupos: educativo@mis.org.br
MuBE
Para mais informações: http://www.mube.art.br
Por Flávia Zündt, Cinema
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